quinta-feira, 10 de março de 2011

A Psicologia Transpessoal como linha de atuação

Transcender é preciso
A Psicologia Transpessoal busca soluções e perspectivas para o mundo atual e integra razão, emoção, sensação e intuição


Certamente por ser ainda um território novo e complexo, embora distinto de dogmas e religiões, estuda também os fenômenos humanos vivenciados em estado de expansão da consciência, inclusive os religiosos. Talvez por isso muitas vezes seja confundido e inadequadamente citado de forma tendenciosa, irresponsável e incorreta. Xamanismo, budismo, espiritismo, catolicismo, e também práticas alternativas, independente de traze- rem ou não benefícios, não são práticas da Psicologia Transpessoal.

Hoje não é mais pos- sível excluir da Psicologia contemporânea vivências que abarcam outros níveis de consciência além da vi- gília, seja por um a deman- da legítima dos clientes que chegam ao consultó- rio, sejam pelos benefícios que, por exemplo, evi- denciam-se na educação, na promoção dos valores construtivos, na otimiza- ção da aprendizagem e também na emergência de valores na vida cotidiana, sejam nas relações familiares, pessoais ou profissionais.

É um movimento que surgiu nos Estados Unidos, mas já conta hoje com mais de 35 associações na Europa, reunidas na Associação Européia de Transpessoal (EUROTAS) presi- dida por Victor Rodrigues, também presidente da ALUBRAT – Associação Luso Brasileira de Transpessoal – com sedes no Brasil e Portugal, que desenvolve investigações científicas nesta área, com pós-graduação lato sensu no Brasil.

No curso de graduação a disciplina de Psicologia Transpessoal existe em poucas universidades, mas existe como pesquisa no mestrado e doutorado em Educação, Psicologia, Antropologia, Medicina, Enfermagem e Neurociências na Universidade de Campi- nas (UNICAMP), e outras universidades de São Paulo, Araraquara, Fortaleza e Porto Alegre. É uma abordagem que vem crescendo com a organização de congressos internacionais, a criação de associações independentes e de trabalhos científicos.

No nível do inconsciente extraterreno, podem ocorrer relatos de fenômeno de percepção extra-sensorial PK e telepatia, clarividência, fenômenos mediúnicos
Há, ainda, o receio que alguns profissionais têm da rejeição de seus pares e, sobretudo, do oportunismo sensacionalista e superficialidade com que são divulgadas práticas quaisquer com o nome de Psicologia Transpessoal. Este fato foi bem conhe- cido pelo movimento psicodramático nos anos 70 no Brasil, assim como em outras linhas da Psicologia, que apresentam bons e maus profissionais, independente da formação que tiveram.

Questiona-se o reconhecimento da abordagem pelos conselhos regionais e Federal, no entanto, informação do CRP 06 é de que não é da competência dos conselhos a legitimação das abordagens psicológicas e, sim, das universidades, da comunidade cientifica. Há inúmeras dissertações e teses em Psicologia Transpessoal no Brasil, Europa e EUA; palestras já foram ministradas em universidades e em conselhos regionais de Psicologia. Sua legitimação já é um fato desde a década de 60.

A Psicologia Transpessoal entra no século XXI não como um modismo passageiro ou referencial alternativo, mas sim como uma linha de atuação que apresenta uma base teórica consistente no âmbito da Psicologia e resultados promissores nas áreas de educação e clínica, com solicitações cada vez maiores nas organizações. É uma abordagem da Psicologia contemporânea que apresenta perspectivas positivas para um mundo que necessita de valores mais humanos.

Vera Saldanha é doutora em Psicologia Transpessoal (UNICAMP), coordenadora da pós-graduação em Psicologia Transpessoal (ALUBRAT), Presidente da Alubrat – Brasil. Autora de diversas publicações, entre elas Psicologia Transpessoal: abordagem integrativa: um conhecimento emergente em Psicologia da consciência. Editora Unijui – 2007. Contato: verasaldanha@alubrat.org.br - 19 3255-1850 Mônica Serrano é jornalista e escreve para esta publicação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário