terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Tempo



quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele
soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)
acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim
                      e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
 um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando

fonte: Poemas do livro Pensamento do Chão, poemas em prosa e verso -

Viviane Mosé

domingo, 2 de dezembro de 2012

Mediunidade


Uma pesquisa inédita usa equipamentos de última geração para investigar o cérebro dos médiuns durante o transe. As conclusões surpreendem: ele funciona de modo diferente


Os avanços da ciência da alma http://glo.bo/S6D13l

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Não-saber

‎'Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.'

Clarice Lispector

domingo, 25 de novembro de 2012

Criativos

E as características de um talento criativo?
Rui Santo - Basicamente identificamos dois tipos. O tipo Miguelangelo - todo o trabalho de Michelangelo está centrado exclusivamente em pintura e escultura - é original, com ideias de sustentação e continuidade, mais do mesmo, melhoria contínua. Esse tipo também é conhecido como "dentro da caixa". 
O tipo Leonardo Da Vinci - todo o trabalho de Da Vinci está distribuído em diversas áreas, inclusive pintura e escultura - é criativo com ideias de ruptura, revolucionarias radicais, disruptivas. Esse tipo também é conhecido como "fora da caixa". Na verdade os criativos circulam dentro e fora da caixa conforme as requisições que lhe são feitas e as possibilidades disponíveis. Por exemplo, Fernando Pessoa era contador

fonte:http://rh.com.br/Portal/Criatividade/Entrevista/8227/por-que-a-criatividade-e-essencial-as-empresas.html

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Reflexões acerca da Abordagem Clínica-Institucional


"(...) e partindo de um pressuposto de que são sujeitos, pulsionais, que podem e precisam fazer escolhas, segundo o seu desejo,  como responder à  pergunta: por que abrem mão de sua subjetividade, na escolha da direção a tomar,  qual é o seu gozo nisto? 
             Poderíamos responder: o gozo é o de pertencer [a um semblante de saber], saída da solidão; o gozo é o de não escolher, e o de não escolher errado,  de não ter dúvidas, ambivalências, incertezas do querer, responsabilidades sobre os próprios atos, culpas; o gozo  é o de  compartilhar uma paixão, uma verdade absoluta com outros, tão mais verdadeira quanto maior for  o número de búfalos  que aderirem à  manada, uma "verdade"  tão incontestá-vel que nem os desfechos trágicos a  colocarão à  prova. Ou seja: o gozo  é o de não se defrontarem com sua incompletude, sua falta:  a falta de um significante que lhes ensine o modo "correto" de agir, em busca da felicidade"
(...) A primeira tarefa do psicólogo (escolar), dentro do referencial MACRO,
é a análise clínica-institucional-edúcacional-organizacional do MICRO-COLETIVO SOCIAL da instituição-concreta escolares, processo contínuo e ininterrupto,inseparável da ação.

(...)num determinado momento ele se dará conta de uma CONFIGURAÇAO MAIS
CLARA sobre o coletivo e seus movimentos, uma apreensão mais global, uma
leitura. Podemos dizer, então, que já temos o diagnóstico do coletivo? Na realidade,ainda não o temos. (...) penso, jamais se encerra, pela riqueza quase infinita das relações deste universo, (...) temos ação, diagnóstico, ação, diagnóstico, ação,ação, ação, ação, DIAGNÓSTICO, ação ...
Ou seja: diagnóstico e ação inseparavelmente juntos, um determinando o outro a cada momento. (...)
Não entendo, então, que o psicólogo escolar, quando de sua entrada no coletivo, diante das solicitações de ajuda que lhe são feitas, possa dizer que só poderá agir após à conclusão de seu diagnóstico. Neste ponto, entretanto, precisa ficar bem claro que eu não estou dizendo que seria correto tecnicamente entrar na ansiedade do coletivo, para soluções mágicas, "socorrendo-o" atabalhoadamente,- numa posição salvadora, nem tampouco ignorar que muitos pedidos de ajuda para esta ou aquela situação têm por objetivo deslocar a atenção do psicólogo de questões que se quer ocultar. Estou falando apenas que a ação e diagnóstico são inseparáveis. Um determinando o outro a cada momento. E que ouvir as queixas do coletivo já é uma ação, contanto que este ouvir não seja o mesmo de um gravador, que apenas registra e nada interpõe, questiona. E que a ação sobre áreas emergenciais é muito rica para a coleta de dados diagnósticos."


MACRO - Uma  proposta  de  ação  clínica-institucional-educacional-organizacional  em Psicologia Escolar 
EUNICE VERÇOSA ROCHA DELAMÔNICA 
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8905/000061159.pdf?sequence=1


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Trabalhando com crianças

"Minha meta é ajudar a criança a tomar consciência de si mesma e da sua existência em seu mundo. Cada terapeuta encontrará o seu próprio estilo para conseguir esse delicado equilíbrio entre dirigir e orientar a sessão, de um lado, e acompanhar e seguir a direção da criança, de outro"

Pintura
 As crianças parecem representar sentimentos com tinta com uma facilidade maior do que com qualquer outro meio de expressão artística (...)
 “ A pintura possui o seu próprio valor terapêutico especial. Quando a pintura flui juntamente com a emoção. As crianças têm prazer em pintar...” “ Uma vez que a cor, a tonalidade e a fluidez da pintura se prestam tão bem a estados de sentimentos , posso pedir a uma criança que faça uma pintura de como está se sentindo naquele exato instante (...) Elas tendem a ser mais representativas.

Descobrindo Crianças - Violet Oaklander

domingo, 23 de setembro de 2012

Filme: Maria Antonieta


Marie Antoinette 
EUA - 2006 
Duração: 122 min. 
Direção: Sofia Coppola 

A princesa austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é enviada ainda adolescente à França para se casar com o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), como parte de um acordo entre os países. Na corte de Versailles ela é envolvida em rígidas regras de etiqueta, ferrenhas disputas familiares e fofocas insuportáveis, mundo em que nunca se sentiu confortável.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Nise da Silveira


Nise da Silveira (Maceió15 de fevereiro de 1905 — Rio de Janeiro30 de outubro de1999) foi uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung.
Dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoqueinsulinoterapia e lobotomia.


De 1921 a 1926 cursa a Faculdade de Medicina da Bahia, onde formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.[1] Casa-se nesta época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade, com quem vive até seu falecimento em 1986. Em seu trabalho ele aponta as relações entre pobrezadesigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.
Durante a Intentona Comunista foi denunciada por uma enfermeira pela posse de livros marxistas. A denúncia levou à sua prisão em 1936 no presídio da Frei Caneca por 18 meses.
Neste presídio também se encontrava preso Graciliano Ramos, assim ela tornou-se uma das personagens de seu livroMemórias do Cárcere.
De 1936 a 1944 permanece com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Durante seu afastamento faz uma profunda leitura reflexiva das obras de Spinoza, material publicado em seu livro Cartas a Spinoza em 1995.

Em 1944 é reintegrada ao serviço público e inicia seu trabalho no "Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II", no Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, onde retoma sua luta contra as técnicas psiquiatricas que considera agressivas aos pacientes.
Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira é transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim em 1946 funda nesta instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".
No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando aPsiquiatria então praticada no país.


domingo, 2 de setembro de 2012

Medianeras

"Todos os prédios, todos mesmo, têm um lado inútil. Não serve para nada, não dá nem para frente, nem para o fundo, a "medianera", superfícies que nos dividem e que lembram a passagem do tempo, a poluição e a sujeira da cidade. As "medianeras" mostram nosso lado mais miserável, refletem a inconstância, as rachaduras, as soluções provisórias... É a sujeira que escondemos debaixo do tapete...



Viraram mais um meio de publicidade… que, em raras exceções, conseguiu embelezá-las. Em geral, são indicações dos minutos… que nos separam de supermercados ou de lanchonetes.



“Contra toda a opressão de viver em apartamentos minúsculos, existe uma saída, uma rota de fuga. Ilegal, como toda rota de fuga. Em clara desobediência às normas de planejamento urbano, abrem-se minúsculas, irregulares e irresponsáveis janelas que permitem que alguns milagrosos raios de luz iluminem a escuridão em que vivemos.”


quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Herói Interior - Seis Arquétipos que Orientam a Nossa Vida

O Nômade



"O arquétipo do Nômade é exemplificado pelas histórias de cavaleiros, de cowboys e de exploradores, que partem sozinhos para conhecer o mundo.






Durante as suas viagens, encontram um tesouro, que representa simbolicamente o dom do seu verdadeiro ser. Iniciar conscientemente a própria jornada, e enfrentar o desconhecido, marca o começo de um novo nível de existência. O Nômade faz uma declaração radical: a vida não é fundamentalmente sofrimento; a vida é uma aventura


Seja a jornada dos Nômades apenas interior ou também exterior, eles dão um salto de fé, descartando as velhas regras sociais, às quais obedeceram com o fito de agradar e garantir sua segurança, e procuram descobrir quem são e o que querem. 




Muitas vezes tomamos conhecimento dos Nômades que externalizaram suas jornadas e viajam literalmente ou experimentam novos comportamentos, mas existem também os heróis cuja conduta exterior parece bastante convencional, embora suas explorações do mundo interior e sua independência mental na exploração de seu relacionamentos no universo sejam profundas."


PEARSON, Carol S. -  O Herói Interior - Seis Arquétipos que Orientam a Nossa Vida

sábado, 4 de agosto de 2012

Miedo



"al miedo se lo vence actuando, y no hay otro camino"

"Para actuar es necesario tomar una decisión, aun cuando la decisión sea equivocada"

J. Bucay

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Durante três séculos o Malleus foi a bíblia dos Inquisidores

"Durante três séculos o Malleus foi a bíblia dos Inquisidores e esteve na banca de todos os julgamentos. Quando cessou a caça às bruxas, no século XVIII, houve grande transformação na condição feminina. A sexualidade se normatiza e as mulheres se tornam frígidas, pois orgasmo era coisa do diabo e, portanto, passível de punição. Reduzem se exclusivamente ao âmbito doméstico, pois sua ambição também era passível de castigo. O saber feminino popular cai na clandestinidade, quando não é assimilado como próprio pelo poder médico masculino já solidificado. As mulheres não têm mais acesso ao estudo como na Idade Média e passam a transmitir voluntariamente a seus filhos valores patriarcais já então totalmente introjetados por elas. 


É com a caça às bruxas que se normatiza o comportamento de homens e mulheres europeus, tanto na área pública como no domínio do privado. 

E assim se passam os séculos. 

A sociedade de classes que já está construída nos fins do século XVIII é composta de trabalhadores dóceis que não questionam o sistema."

Breve Introdução Histórica - Rose Marie Muraro do livro O Martelo das Feiticeiras - Malleus Maleficarum   
Escrito em 1484 pelos inquisidores Heinrich Kramer e James Sprenger 

domingo, 22 de julho de 2012

fascinado pela transparência do terapeuta

"Sou há muito tempo fascinado pela transparência do terapeuta e fiz experiências com a auto-revelação em vários formatos diferentes. Talvez meu interesse tenha suas raízes na minha experiência em terapia de grupo, na qual as exigências para que o terapeuta seja transparente são especialmente grandes."
  
Irvin D. Yalom

domingo, 20 de maio de 2012

Em primeiro lugar, insegurança vende.


Ninguém é assim. Não é nem ao menos saudável. Mas milhões de mulheres no mundo todo se pintam, passam fome, e até passam por operações médicas para tentar alcançar os padrões sociais de beleza. Quem cria estes padrões? Nós os criamos — nós, a indústria da moda e da imagem, com nossas capas de revista, dietas "milagrosas" e celebridades criadas sinteticamente.
Por quê isso é do nosso interesse? Em primeiro lugar, insegurança vende. Quanto mais inalcançáveis forem os padrões que ditamos para você, pior você se sentirá sobre si mesma e, logo, mais dos nossos produtos você vai achar que precisa. Em segundo lugar, é importante que mantenhamos você pensando sobre si mesma como um corpo. Todas nossas imagens de mulheres como corpos, desde a arte clássica até anúncios de perfume do século XX, conspiram para fazer você se ver assim. Se você se enxerga como um corpo, e mede o seu valor a partir disto, você vai achar que é dos nossos produtos para o corpo que você precisa para ser feliz... e não de uma vida excitante, de projetos criativos, de um mundo mais bonito e seguro, etc.
Por estes padrões de "beleza" absurdos, estamos dispostos a matar dúzias de mulheres com anorexia todo ano, a deixar milhares e milhares de mulheres doentes, com bulimia e subnutrição, a fazer mulheres pagarem milhares de reais por cirurgias plásticas e perigosos implantes nos seios, a deixar mulheres que não são brancas pagarem por produtos que supostamente irão deixá-las mais parecidas com as rainhas brancas da beleza, deixar milhões de mulheres e meninas do mundo todo inseguras sobre seus corpos e sobre si mesmas. E os desejos dos homens também são esculpidos pelo nosso condicionamento, para que eles acabem perseguindo uma glamourosa imagem de "mulher" que não existe na realidade, enquanto deixam de apreciar a verdadeira beleza que está ao seu lado nas ruas e em seus lares.
Por que temos todo esse poder? Porque no competitivo "mercado livre", a nossa impiedade em nome do lucro têm sido recompensada por vendas mais altas que a de nossos competidores mais humanos. O nosso método funciona na economia capitalista, o nosso método vende mais, ele domina e vence em um sistema onde o dinheiro vale mais que a felicidade humana.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pain

"Wounds that can’t be seen are more painful than those than can be seen and cured by a doctor."
Nelson Mandela

sábado, 24 de março de 2012

Existencialismo

O Existencialismo é um Humanismo
* "(...) o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência";
* A angústia (defendida pelo existencialismo) é a condição da ação. É preciso encarar a pluralidade de possibilidades, e ao escolher uma, "dão-se conta de que ela só tem valor por ter sido escolhida" - angústia -> ação;
* "(...) não há determinismo, o homem é livre, o homem é liberdade. (...) Deus não existe. (...) Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entando, livre porque, uma vez lançado no mundo, é responsável por tudo que fizer."
* "Você é livre, escolha, quero dizer, invente."
* "(...) seja qual for o homem, tem um futuro virgem que o espera (...), em tal caso, o homem está desamparado." (...) "O desamparo implica sermos nós a escolher o nosso ser. O desamparo é paralelo da angústia";
* A expressão 'desespero': "quer ela dizer que nós nos limitamos a contar com o que depende da nossa vontade, ou com o conjunto das probabilidades que tornam a nossa ação possível"
* "Agir sem esperança" (...) "para atuar dispensa-se a esperança"  "Só há realidade na ação" (...) "O homem não é senão o seu projeto, só existe na medida em que se realiza, não é, portanto, nada mais do que o conjunto dos seus atos, nada mais do que a sua vida."
* "Posso sempre escolher, mas devo saber que, se eu não escolher, escolho ainda."
* "O homem faz-se; não está realizado logo de início, faz-se escolhendo a sua moral, e a pressão das circunstâncias é tal que não pode deixar de escolher uma. Não definimos o homem senão em relação a um compromisso."
* "E, ao queremos a liberdade, descobrimos que ela depende inteiramente da liberdade dos outros, e que a liberdade dos outros depende da nossa."
* " (...) o probelam não está aí, no da sua existência [de Deus]: é necessário que o homem se reencontre a si próprio e se persuada de que nada pode salvá-lo de si mesmo (...). Neste sentido, o existencialismo é um otimismo, uma doutrina de ação (...)"

Fonte: SARTRE, J.: O Existencialismo é um Humanismo

sexta-feira, 23 de março de 2012

A Vida

A VIDA

"Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo...
Já segurei nas mãos de alguém
por estar com medo,
Já tive tanto medo ao ponto de nem
sentir as mãos...
Já expulsei pessoas que amava
da minha vida,
Já me arrependi disso...
Já passei noites chorando até pegar no sono,
Já fui dormir tão feliz ao ponto de
nem conseguir fechar os olhos...
Já acreditei em amores perfeitos,
Já descobri que eles não existem...
Já amei pessoas que me decepcionaram,
Já decepcionei pessoas que me amaram...
Já passei horas em frente ao espelho
Tentando descobrir quem sou...
Já tive tanta certeza de mim,
Ao ponto de querer sumir...
Já menti e me arrependi depois,
Já falei verdade e também me arrependi...
Já fingi não dar importância à pessoas que amava,
para mais tarde chorar
quieto no meu canto...
Já sorri chorando lágrimas de tristeza,
Já chorei de tanto rir...
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
já deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já tive crises de riso quando não podia...
Já senti muita falta de alguém,
Mas nunca lhe disse...
Já gritei quando devia calar,
Já calei quando devia gritar...
Já sonhei demais
Ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro...
Hoje, no escuro, me acho, me agacho,
fico ali...
Já caí inúmeras vezes
Achando que não me iria reerguer...
Já me reergui inúmeras vezes
Achando que não cairia mais...
Já liguei para quem não queria apenas
para não ligar para quem realmente queria...
Já corri atrás de um carro
Por levar alguém que eu amava embora...
Já chamei pela mãe a meio da noite
Fugindo de um pesadelo,
Mas ela não apareceu
E o pesadelo foi maior ainda...
Já chamei pessoas próximas de 'amigo',
E descobri que não o eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar
de nada e sempre foram e serão
especiais para mim...
Não me dêem fórmulas certas
Porque não espero acertar sempre...
Não me mostrem o que esperam de mim
Porque vou seguir o meu coração...
Não me façam ser quem eu não sou,
Não me convidem a ser igual
Porque sinceramente sou diferente...
Não quero amar pela metade,
Não quero viver de mentiras,
Não quero voar com os pés no chão...
Quero poder ser eu mesmo,
Mas com certeza, não serei o mesmo para sempre..."

(Autor Desconhecido)